Todo mundo tem mania. Uns de roer as unhas (eu), outros de comer
demais (eu), fulano tem mania de coçar o nariz (eu), cicrano de falar alto (eu)
com ocasionais palavrões (....hi). São tantas que eu nem sei se algumas dessas
são consideradas manias de verdade, às vezes elas tem outra classificação que
não vem ao caso. Mas não adianta falar só dos outros :) sem me colocar na
jogada!
Eu tenho uma super mania, que é recorrente de anos em anos:
achar que não sou feliz onde estou. E onde eu estou geralmente é em BH. Então
de tempos em tempos, ou o que tudo indica, a cada dois anos começa aquela
coceira, aquele desconforto, a cidade fica horrível, as pessoas irritantes, o
trabalho insuficiente, a vida vazia e é preciso ir embora, viajar, morar fora.
Como eu AMO morar fora. Sempre sofro, mas acho que gosto até do
sofrimento de tanto que me encontro nesses momentos. Ou pelo menos é o que sempre
me vem à cabeça quando aparece a possibilidade de viajar: felicidade.
E eu sempre vou: Austrália, Namíbia, África do Sul, o mundo
inteiro se pudesse, e agora Los Angeles, CA. Quando o assunto é viajar nunca
tive medo de encarar o desafio.
Não acho que eu viaje atoa, se é que existe alguma viagem atoa.
Mas no caso, quero dizer que são viagens com objetivos estabelecidos: estudos,
crescimento pessoal (acho que esse é básico de qualquer viagem), trabalho
voluntário, especialização.
Correndo o risco de ser muito menina agora, e não tenho vergonha
disso: nunca tinha viajado amando alguém e deixando esse alguém pra trás.
Amando romanticamente! Pai, mãe, amigos a gente ama e ficar longe às vezes só
faz bem para esses relacionamentos. E tenho certeza que também fará bem para o
meu relacionamento romântico essa separação, mas Ó COMO DÓI!
Pela primeira vez, eu me encontro procurando o porquê de ser tão
diferente essa saudade. Eu particularmente, com meus poucos anos de vida (minha
astróloga falou que ainda estou vivendo a minha adolescência astrológica, e
quem sou eu para questioná-la!), não sou contra clichês, afinal tudo é clichê.
Meu professor falou hoje, e não foi o primeiro nem será o ultimo: não se
preocupe, não existem ideias originais mais! E parando para pensar, quem nunca
escutou na vida a famosa frase do pai da química: “Na natureza nada se cria,
nada se perde tudo se transforma.” Se até a natureza, rainha de todos, soberana
do meu mundo, deusa de tudo não está conseguindo ser original, estou tranquila
com meus clichês em forma de texto.
Portanto, sim, somos eternas transformações, e percebo que me
transformei de novo. Com as mesmas e constantes manias, não sei mais achar o
dia tão belo quando estou longe do meu parceiro. Sei viver, sobreviver, (podia
desaprender a comer um pouquinho) mas com certeza está faltando uma
alegria que nunca me faltou antes.
Afinal, não se percebe a falta de algo desconhecido. E agora eu
conheço.
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