quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Cadim de amor

Todo mundo tem mania. Uns de roer as unhas (eu), outros de comer demais (eu), fulano tem mania de coçar o nariz (eu), cicrano de falar alto (eu) com ocasionais palavrões (....hi). São tantas que eu nem sei se algumas dessas são consideradas manias de verdade, às vezes elas tem outra classificação que não vem ao caso. Mas não adianta falar só dos outros :) sem me colocar na jogada!

Eu tenho uma super mania, que é recorrente de anos em anos: achar que não sou feliz onde estou. E onde eu estou geralmente é em BH. Então de tempos em tempos, ou o que tudo indica, a cada dois anos começa aquela coceira, aquele desconforto, a cidade fica horrível, as pessoas irritantes, o trabalho insuficiente, a vida vazia e é preciso ir embora, viajar, morar fora.

Como eu AMO morar fora. Sempre sofro, mas acho que gosto até do sofrimento de tanto que me encontro nesses momentos. Ou pelo menos é o que sempre me vem à cabeça quando aparece a possibilidade de viajar: felicidade.
E eu sempre vou: Austrália, Namíbia, África do Sul, o mundo inteiro se pudesse, e agora Los Angeles, CA. Quando o assunto é viajar nunca tive medo de encarar o desafio.
Não acho que eu viaje atoa, se é que existe alguma viagem atoa. Mas no caso, quero dizer que são viagens com objetivos estabelecidos: estudos, crescimento pessoal (acho que esse é básico de qualquer viagem), trabalho voluntário, especialização.

Correndo o risco de ser muito menina agora, e não tenho vergonha disso: nunca tinha viajado amando alguém e deixando esse alguém pra trás. Amando romanticamente! Pai, mãe, amigos a gente ama e ficar longe às vezes só faz bem para esses relacionamentos. E tenho certeza que também fará bem para o meu relacionamento romântico essa separação, mas Ó COMO DÓI!

Pela primeira vez, eu me encontro procurando o porquê de ser tão diferente essa saudade. Eu particularmente, com meus poucos anos de vida (minha astróloga falou que ainda estou vivendo a minha adolescência astrológica, e quem sou eu para questioná-la!), não sou contra clichês, afinal tudo é clichê. Meu professor falou hoje, e não foi o primeiro nem será o ultimo: não se preocupe, não existem ideias originais mais! E parando para pensar, quem nunca escutou na vida a famosa frase do pai da química: “Na natureza nada se cria, nada se perde tudo se transforma.” Se até a natureza, rainha de todos, soberana do meu mundo, deusa de tudo não está conseguindo ser original, estou tranquila com meus clichês em forma de texto.

Portanto, sim, somos eternas transformações, e percebo que me transformei de novo. Com as mesmas e constantes manias, não sei mais achar o dia tão belo quando estou longe do meu parceiro. Sei viver, sobreviver, (podia desaprender a comer um pouquinho) mas  com certeza está  faltando uma alegria que nunca me faltou antes. 
Afinal, não se percebe a falta de algo desconhecido. E agora eu conheço.




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