A gente nasce e com 5, 15, 20, 30 ou 60 anos de idade descobre
o verdadeiro talento. Se tivermos sorte o talento se une à vocação e voilá: faz-se uma carreira realizadora.
Mas no meio do caminho um turbilhão de bifurcações, opções, interesses,
deslumbramentos, raivas, loucuras e momentos de total descrença pessoal
acontecem.
Ao menos essa é minha história – só falta chegar na parte da carreira
realizadora.
No meu amor pela natureza e pela vida (leia-se seres vivos que não
sejam humanos) passei pela Veterinária e Biologia. Amarei os dois até morrer,
mas não vinguei em nenhum. Namorei a História, flertei com a Filosofia,
considerei a Letras, quase casei com o paisagismo, apaixonei loucamente com a
Fotografia e parei na Escrita. Haja coração!
Ah, a escrita... e a leitura... e as palavras... e essa língua
portuguesa de descabelar qualquer um com as novas regras.... Uma piscadinha
charmosa de novo pra Letras e de repente estou num curso de Gestão de Negócios?!
Oi? Louca! De letras para finanças. Pois é, a triste realidade.
Até para os sonhos é preciso planejar e, para o futuro, é preciso o agora. E o
agora ficou para eles: Números e cálculos, os únicos que nunca olharam duas vezes para mim - um desprezo recíproco.
O bom disso tudo: muitos anos de vida pela frente para trocar umas
carícias com a Geografia nas viagens porque ainda existem muitos mares por aí que eu quero nadar.
Só não pode afogar.