segunda-feira, 26 de outubro de 2015

E o meu Oscar de Shampoo vai para...

O dia em que eu mesma me chamar de escritora pode saber que é porque eu acredito mesmo. Sou tão insegura sobre minhas capacidades que me autonomear de algo tão incrível como ESCRITORA está longe ainda. Mas posso falar que estou a cada dia mais me desenvolvendo para isso.

Até pouco tempo atrás,  nunca havia realizado algo realmente concreto. Antes de publicar meu livro em junho passado, o que eu tinha no currículo para oferecer eram apenas algumas faculdades pela metade, uma bomba no colégio e alguns trabalhos esporádicos.
Bom, o currículo continua meio vazio mas hoje concluí meu primeiro roteiro. Para um caminho profissional como roteirista, isso ainda não é nada. Mas é tudo. 
Pra mim nesse momento, é meu Oscar.

Oscar pelas lágrimas de saudade que já derramei nessa terra estranha longe de casa, Oscar pelo cansaço de escutar criticas diárias sobre meus trabalhos aqui e levar todas em consideração, às vezes ficando desanimada, mas sem deixar que me derrubasse. Oscar de ter colocado o último ponto final do primeiro roteiro da minha vida.
Um ponto final em um caminho que está só começando, e eu estou encantada com esse mundo.

Dara Marks, Linda Seger, Robert McKee, Jessiline Berry... Poderia citar mil nomes de escritores fantásticos da área que me ajudaram a aprender e crescer aqui; mas sabe aquele agradecimento que todo mundo faz quando realmente ganha um Oscar: Gostaria de agradecer meu pai, minha mãe etc. etc? 
Como não fazê-lo primeiro? 

Então fica aqui, meu Oscar de shampoo aos meus pais por essa oportunidade e meu agradecimento eterno a eles. Um dia entenderei pq tive tanta sorte nessa vida.


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Um pouquinho de divulgação, porque contar sempre com a sorte deixa a coitada sobrecarregada ;)


Uma pequena floresta preservada em pleno ano de 2040, um conflito amoroso e misteriosos rastros. Em uma cidade onde só é possível enxergar prédios com janelas que quase se encostam umas nas outras, a natureza está em rápido declínio pela destruição humana, a não ser a quarenta quilômetros do centro de Esporizonte, onde uma área de duzentos hectares de mata nativa preservada resiste para não ser engolida pelo concreto – uma das poucas do país. É lá onde mora Maria, uma jovem estudante de biologia, tão apaixonada pela natureza e seus ideais que esqueceu-se de como é apaixonar-se por alguém. A história narra a luta da estudante para manter sua propriedade intacta contra tantas pressões externas, inclusive da mãe que não vê a hora de vender o grande terreno. Em meio a essa disputa, Maria se encontra em um dilema amoroso inesperado. Tudo acontece depois que ela resolve se aventurar mais uma vez, talvez a última, no interior da sua particular floresta onde ela descobre estranhas e curiosas pegadas.

O livro está a venda na Leitura de BH e em formato de e-book tb!



sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Receita de bolo no Reino de Atlântida

 Eu mantive um blog/diário quando fui pra África, o BRAfrica, com o principal objetivo de mandar noticias pra minha família e amigos da maneira mais eficaz possível, uma vez que a internet era escassa em vários projetos que fiquei, e eu não tinha smartphone na época, ou seja: no whatsapp, no nada.
Aí, vim pra Los Angeles três anos depois, e agora já recheada de aplicativos que nos conectam, às vezes nem parece que eu saí. Ontem estava num bar no Lourdes, com a turma, por um breve momento, participando da noite deles. Ok, nem tanto. Não conseguimos nos ouvir, nem nos ver, e eles tinham uma Bhrama gelada no copo enquanto eu estava sozinha dentro do quarto, mas a ilusão serviu pra acalentar o coração um pouquinho.

Esse devaneio todo agora é uma demonstração não programada do motivo pelo qual eu vim e sobre o qual eu pretendia falar. Pra quem não sabe, vim pra cá estudar Screenwriting, a arte de escrever roteiros. E boy, como é dificilmente maravilhoso, especialmente pra mim, que tenho a tendência de escrever textos enormes, um que acabou resultando no meu primeiro livro de quase 400 páginas.
 Num roteiro a ideia é passar tudo em no máááááximo 120 páginas, conseguindo alcançar da forma mais sucinta possível todos os objetivos, conflitos, emoções, berreiras, ações, diálogos, e mais mil e uma coisas que entram em um único roteiro.
Espero estar melhorando, mas já pelo tamanho desse texto, volto a ter minhas dúvidas.

Aí, essa semana, recebemos uma ficha de avaliação inicial do curso, para a escola saber o que estamos achando, e se estamos com algum problema. Só para explicar, temos dois professores bem diferentes, que chamarei aqui de Fulano e Cicrano; e alguns alunos, inclusive eu, estão tendo dificuldades com um deles. Mas estava esperando passar mais uma semana pra ver se as coisas melhorariam, antes de falar algo oficialmente com alguém, porém encarei essa avaliação como um sinal divino do tipo: resolve logo!
Então, foi a minha chance de ver na prática se eu já melhorei no uso das palavras, ou, colocando de outra forma: sem devaneios e floreios, por favor, Clarissa!
Bom, acho que ficou óbvia que meu caminho ainda é longo, pela minha resposta:

“Quando você quer fazer um bolo normal, do dia a dia, mas não sabe como, você joga no Google: Receitas de bolo, pega a primeira que aparecer e voilá: bolo comum está pronto. Agora, se você quer aprender a arte de fazer bolos, do mais simples até os mais rebuscados, coloridos, com diferentes texturas e sabores aí você paga um Curso de Gastronomia foda pra aprender a fazer essa arte com sabor de bolo. Bom, a minha professora Fulana é o curso de Gastronomia, e o Cicrano: a receita do Google.”

 Agora eu te pergunto: Fui sucinta? Mais do que normalmente seria, mas dá pra melhorar. Fui paia? Não sei, mas tive insônia nessa noite, pq fiquei com dor na consciência de ter chamado o cara de receita do Google- apesar de ser verdade- então já tive meu castigo uma vez que prezo muito minha noite de sono. Mas a pergunta mais importante: Que porra de resposta é essa? Não sei.
Felizmente, ainda tenho tempo para melhorar. Só espero que na avaliação final eu não responda com metáforas sobre animais marinhos mágicos no reino perdido de Atlântida e por aí vai.


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Cadim de amor

Todo mundo tem mania. Uns de roer as unhas (eu), outros de comer demais (eu), fulano tem mania de coçar o nariz (eu), cicrano de falar alto (eu) com ocasionais palavrões (....hi). São tantas que eu nem sei se algumas dessas são consideradas manias de verdade, às vezes elas tem outra classificação que não vem ao caso. Mas não adianta falar só dos outros :) sem me colocar na jogada!

Eu tenho uma super mania, que é recorrente de anos em anos: achar que não sou feliz onde estou. E onde eu estou geralmente é em BH. Então de tempos em tempos, ou o que tudo indica, a cada dois anos começa aquela coceira, aquele desconforto, a cidade fica horrível, as pessoas irritantes, o trabalho insuficiente, a vida vazia e é preciso ir embora, viajar, morar fora.

Como eu AMO morar fora. Sempre sofro, mas acho que gosto até do sofrimento de tanto que me encontro nesses momentos. Ou pelo menos é o que sempre me vem à cabeça quando aparece a possibilidade de viajar: felicidade.
E eu sempre vou: Austrália, Namíbia, África do Sul, o mundo inteiro se pudesse, e agora Los Angeles, CA. Quando o assunto é viajar nunca tive medo de encarar o desafio.
Não acho que eu viaje atoa, se é que existe alguma viagem atoa. Mas no caso, quero dizer que são viagens com objetivos estabelecidos: estudos, crescimento pessoal (acho que esse é básico de qualquer viagem), trabalho voluntário, especialização.

Correndo o risco de ser muito menina agora, e não tenho vergonha disso: nunca tinha viajado amando alguém e deixando esse alguém pra trás. Amando romanticamente! Pai, mãe, amigos a gente ama e ficar longe às vezes só faz bem para esses relacionamentos. E tenho certeza que também fará bem para o meu relacionamento romântico essa separação, mas Ó COMO DÓI!

Pela primeira vez, eu me encontro procurando o porquê de ser tão diferente essa saudade. Eu particularmente, com meus poucos anos de vida (minha astróloga falou que ainda estou vivendo a minha adolescência astrológica, e quem sou eu para questioná-la!), não sou contra clichês, afinal tudo é clichê. Meu professor falou hoje, e não foi o primeiro nem será o ultimo: não se preocupe, não existem ideias originais mais! E parando para pensar, quem nunca escutou na vida a famosa frase do pai da química: “Na natureza nada se cria, nada se perde tudo se transforma.” Se até a natureza, rainha de todos, soberana do meu mundo, deusa de tudo não está conseguindo ser original, estou tranquila com meus clichês em forma de texto.

Portanto, sim, somos eternas transformações, e percebo que me transformei de novo. Com as mesmas e constantes manias, não sei mais achar o dia tão belo quando estou longe do meu parceiro. Sei viver, sobreviver, (podia desaprender a comer um pouquinho) mas  com certeza está  faltando uma alegria que nunca me faltou antes. 
Afinal, não se percebe a falta de algo desconhecido. E agora eu conheço.




Pelos Palcos e Ruas (@luisritter)


Entre os mais ricos palcos está a rua. Na sua imprevisibilidade e com shows à parte, ela se
dispõe a ser vista, vivida, sem roteiro mas regada de rotina. Já na hora do espetáculo, não 
há roteiro que segure as emoções que transbordam entre plateia e artistas. Com o sinal 
certo, as luzes mudam abrindo espaço para a nova cena, sejam os carros passando no 
ritmo do trânsito ou o solo do músico que prende o fôlego do público.
Pelos palcos ou pelas ruas, a vida é um show esperando para ser capturada na memória ou além: pelas lentes de quem consegue ver sua beleza mais crua. 
Essa é a proposta do fotógrafo Luis Ritter: registrar o que o move, eternizando o sentimento do momento, seja rodeado pela música e pela exuberância do mais bem bolado show ou pelo mais simples pulo dado sobre uma poça d’água.
Luz, câmera: ação!


Foto: @LuisRitter

Instagram: Pelos Palcos e Ruas


quarta-feira, 22 de julho de 2015

De Que São Feitos os Dias?


De que são feitos os dias? 
- De pequenos desejos, 
vagarosas saudades, 
silenciosas lembranças. 

Entre mágoas sombrias, 
momentâneos lampejos: 
vagas felicidades, 
inactuais esperanças. 

De loucuras, de crimes, 
de pecados, de glórias 
- do medo que encadeia 
todas essas mudanças. 

Dentro deles vivemos, 
dentro deles choramos, 
em duros desenlaces 
e em sinistras alianças... 

Cecília Meireles


segunda-feira, 8 de junho de 2015

sexta-feira, 5 de junho de 2015

O Tempo

''O Tempo
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira! 
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.''
Mario Quintana

segunda-feira, 16 de março de 2015

Uma Carta para o Meu "Eu"

Outro dia vi uma ideia muito legal em alguma página (não me lembro qual), onde pessoas foram convidadas a escrever uma carta para seu ‘eu’ de dez anos atrás. Isso me fez pensar e querer escrever uma carta pro meu ‘eu’ também. Mas não a de dez anos atrás.
Dez anos atrás eu estava começando uma nova etapa da minha vida, tinha acabado de fazer dezoito anos (a grande idade!) e estava entrando na faculdade. Dez anos depois não, eu não tenho um diploma de graduação. Eu tenho muitos certificados, uma bagagem até boa de experiências diferentes de vida, algumas passagens por diferentes cursos e universidades mas nenhum diploma. E não, eu não desisti dele. Só entendi com muito custo que meu timing é um pouco diferente, e por mais que eu tenha tentado me forçar, simplesmente não consegui chegar lá. Ainda.
Se eu fosse escrever para meu eu de antes, eu mudaria muita coisa e provavelmente não estaria onde estou hoje. Eu teria enfiado a cara na medicina veterinária e estaria trabalhando em algum lugar legal com carteira assinada e salário mensal. Eu seria feliz assim também. Mas provavelmente não teria morado na África e conhecido um mundo totalmente diferente do meu.
Provavelmente também não teria escrito e publicado um livro, até porque grande inspiração dele veio desses dez anos que não teriam acontecido se eu tivesse dado ‘pitaco’ para mim mesma. Eu teria dado muuuito ‘pitaco’.
Talvez se eu tivesse feito diferente, não teria tido momentos tão difíceis com meu pai, mas tudo bem, hoje estamos bem e acho que ele me entende melhor agora.
Talvez eu não tivesse conhecido o amor da minha vida, porque eu seria diferente, não sei se melhor ou pior, mas diferente.
Então eu prefiro não escrever pro meu eu de ontem, porque ao tentar prevenir alguns erros cruciais acho que mudaria todo meu percurso até aqui e, depois de muito custo, sinto que finalmente estou caminhando para algum lugar. Tomara!
Eu escrevo então pro meu eu de daqui dez anos: Uau estou beirando os quarenta! Que frio na barriga! Não sei o que vou ter conquistado ou perdido até lá, mas me faria os seguintes pedidos: Não tenha medo de aparecer. As pessoas intimidam mesmo, mas você se garante! Corrija os estragos que seus professores e colegas fizeram no passado, te deixando com um bloqueio para falar em público e encare esse desafio, porque você tem muito a contar.
Espero que você esteja tranquila, que o lançamento do seu livro tenha sido um sucesso! Pode até não ter vendido nada, mas tem muita gente que gosta de você e eu tenho certeza que eles foram lá te apoiar. Sim, eles devem ter te visto ficar vermelha de vergonha por estar exposta aos “holofotes” da noite, perceberam o suor na sua zona T e sua voz tremida. Mas em algum momento alguém deve ter te dado um lenço para secar o rosto e quem sabe até uma taça de espumante para acalmar. O importante é que no dia seguinte você ficou feliz de ter vivido aquele momento que foi seu, sua conquista, sua noite.
Eu não sei se você escreveu outros livros, ou se conseguiu se sustentar como fotógrafa, não sei nem se ainda mora no Brasil. Se depender do seu eu de hoje, você deve estar morando em algum outro país. E vamos falar a verdade: não é por causa da política catastrófica e tudo que tem de errado aqui, no fundo você ama esse Brasil por mais problemático que ele seja. O motivo é que esse mundo gigante e todo diferente te dá o melhor frio na barriga que você já experimentou, então dada a oportunidade espero que você tenha ido porque eu sei que você não vai se arrepender. Mas acima de tudo espero que tenha levado o Tê. Com vocês é amor de verdade, e vocês de divertem muito juntos, não tem companhia melhor para desbravar o mundo do que ele. Tomara que ele tenha aceitado ir junto. Ter uma vida juntos. Mas não é segredo pro meu eu de daqui dez anos que ele aceitou né?! Pode me contar!

E não reclame muito, é chato. Chato mesmo. De vez em quando é necessário mas o tempo todo não, por favor, é insuportável! E pra que reclamar? Você é feliz. Mais que hoje, e menos que o seu ‘eu’ de amanhã.


terça-feira, 10 de março de 2015

Das raras certezas da vida...

Nas minhas idas e vindas por aí, a certeza que prevalece: não precisamos de tanto assim para viver e ser feliz.
Amazônia 2014




sexta-feira, 6 de março de 2015

De cabeça para baixo

Para ter reconhecimento precisa ganhar concurso. Para aparecer pro mundo tem que fazer discurso. Para conseguir competir tem que ter recurso.
Não conte dos seus planos que o mau olhado te pega e NÃO comemore antes da hora. Lembre-se: tudo pode piorar!

O mundo berra para ser ouvido por quem tenta sair do compasso. Mas às vezes esse mesmo mundo dá uma pausa na loucura, uma chuva começa a cair de leve formando uma imagem de pura poesia para nos lembrar que: para mau olhado existe reza, simpatia e Espada-de-São Jorge. Para o concurso muito estudo e dedos cruzados; e para o discurso: respira fundo, coragem e quem sabe até um pouco de terapia?!

Mas a poesia... Olhos que sonham, um pouco de sorte e um muito obrigado. 



segunda-feira, 2 de março de 2015

Sobre

Uma imagem vale mais que mil palavras, e eu, como fotógrafa, vivo isso diariamente. 
Mas também amo escrever.
Fazer o quê? Juntar os dois!
Um pouco do meu portfólio, um pouco de mim, enfim:
Muitas Palavras <3 Imagens. 



Sobre

Uma imagem vale mais que mil palavras, e eu, como fotógrafa, vivo isso diariamente. 
Mas também amo escrever.
Fazer o quê? Juntar os dois!
Um pouco do meu portfólio, um pouco de mim, enfim:
Muitas Palavras <3 Imagens.